quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Christmas Lullaby


Hoje saí pelas ruas e observei as casas, as árvores iluminadas e os faróis dos carros traunsentes, apressados para chegar no local de sua celebração. Essa noite aqui tudo brilha. menos eu.
Todas essas evocações são deprimentes. Estas datas sempre me afundam numa angústia sem nome. Alguns dizem que é por se tratar de uma época ao final do ano, que sugere reflexões a respeito do ano que passou e a respeito do ano que virá. Cem planos anotados em um pedaço qualquer de papel que serão frustrados. Não, o natal não me incita a fazer uma renovação sem precedentes...
Assolam-me os fogos lá fora, a música que toca todo ano, a efusividade plástica das pessoas nessa época.
Ensimesmada, me encontro na frente do computador. Um copo de bebida e o dejeso de dormir, e não acordar. Não, não tão cedo. Ou talvez cedo o suficiente para eu sair e não mais ver toda essa bufonaria se repetir.
Atônita, agora... bebo meu último gole.

4 comentários:

  1. Vamos celebrar o fracasso moderno! \o/ =D

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  2. "Cem planos anotados em um pedaço qualquer de papel que serão frustrados"... é minha querida; quisera o ser humano ter um desejo tão ardente em cumprir o que promete e em realizar o que planeja, assim como o seu dom deseja - e consegue - exprimir-se através deste blog... Obrigada!

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  3. É extremamente intrigante o paradoxo de alguém com os traços tão doces ter sentimentos tão ácidos. Cada texto aqui é uma foto perfeita de você.
    Seus textos sempre me lembram o quanto a complexidade em você é bonita.
    Senti saudades.

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  4. As vezes a cegueira nos faz enxergar que nunca veremos a todalidade de uma imagem. O Natal existe para cada um que se permite pensar sobre e em qualquer data, qualquer momento da vida, mas particularmente o meu natal é estar pertinho das pessoas que amo, apenas estar pertinho, sem perspectivas, sem musicas natalinas. Todo o aparato natalino é metafora construida ao longo de anos e pedaço de sociedade cristã. A fé em cega também cega pessoas efusivas, mas também as intorpece de um sentimento de comunhão. Partilhar talvez seja uma palavra antiga, mas acredito que seja muito mais moderna do que qualquer pessoa possa imaginar.

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