segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A penny for a thought



Cada vez mais me pareço com a figura do "homem da suspeita", o homem que não duvida apenas, mas transcede a dúvida, suspeita sistematicamente e sobretudo das evidências, das coisas que apresentam de forma definitiva, das coisas claras; suspeita da parcialidade daquilo que vê, daquilo que as ciências apresentam como definitivo. Por isso é o homem da atenção, irreverente por vezes. É também o homem da ironia diante das teorias seguras, pois é seguro de que nada é seguro (?), seguro de que todas as posições dogmáticas são também parciais.

Há um isoformismo entre as estruturas lógicas matemáticas e as estruturas do pensamento mais evoluídas.
E se a preocupação é a construção do conhecimento, a afetividade é essencial como motivação, como energética da ação, mas não constituí explicação das estruturas.

É intrigante como as pessoas fazem da ignorância sua principal virtude. Diga-se, o enlevo, certas vezes, surge em razão de uma atitude voluntária do sujeito, patologia que o consome vorazmente em termos culturais, em cada ato do ser humano, em cada valor cultivado pela sociedade em seu conjunto.

Disso, eu sei, é que muitas vezes, ela não é uma escolha para o individuo, mas uma condição social.
Mas o que venho aqui a difundir é a respeito da lógica como mecanismo de defesa. A utilização da racionalidade como esconderijo do âmago.

Se a epistemologia é genética, é necessário descrever a história do conhecimento, a nível ortogenético, como uma espécie de "embriologia mental', desde o momento mais primitivo até fases superiores. Etapas sucessivas, por uma construção sequencial, onde cada estágio é necessário para o seguinte, sem saltar etapas.

A negação é um mecanismo de defesa que ajuda a reduzir a ansiedade e torna uma situação ameaçadora mais tolerante.
Entretanto, muitos indivíduos infectados pelo "mal da psicossomática" apresentam apenas uma prática de racionalidade leve ou simplesmente não a apresentam.

Isso tudo é um pouco da falência do nosso sistema de associação do "em si" e o "para si". A racionalidade (no sentido que aqui discorro) torna-se uma fuga dos dogmas caminhando incessantemente" até um outro tipo de dogma. Rumo ao "sólido", "útil" e "prático".


"Que a lógica seja o espelho do pensamento; e não o inverso."


Note-se que, os escritos aqui presentes caminham no espaço cúbico de um umbigo. Escrevo, critico, questiono, faço escapar meu eu; em mim.

Sorrio para a vida, como nunca antes.

3 comentários:

  1. Também gostei de teu blog, com textos bastante profundos e muito bem elaborados.

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  2. "Hoje em dia, os métodos da lógica só servem para resolver problemas secundários" [trecho do 'Manifesto Surrealista', de André Breton].

    Existe um filme de Daren Aronofsky, chamado PI, onde um homem fica louco por começar a achar que todas as questões do mundo poderiam ser resolvidas por uma única equação matemática. É incrível como ele parece metáfora de um mundo, que para não seguir o seu destino, tem aceito as múltiplas interpretações e a subjetividade até em seus projetos científicos.

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  3. Complexo... rs...
    Gostei do post ;) Discutiremos qq dia desses....rs... ;)

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