terça-feira, 14 de julho de 2009

“Voltei-me com repugnância; não argumentava mais friamente. Eu mesmo começava a sentir aquilo que dizia, e me agitava. Ansiava já por expor minhas idéiazinhas secretas, cultivadas num canto. De súbito, algo se inflamou em mim, “apareceu” não que o que objetivo.”

Sinto-me empurrada por uma força tão gigante e ambígua. Que me faz seguir e encalhar por um caminho tênue.

Relativa a todos os modos que aceito corretos e tudo aquilo que me faz sofrer, estou presa a minha própria solidão.
Enquanto assisto a vida passar percebo que meus demônios são apenas frutos de minha falta de vontade em resolvê-los, noto então o quão egoísta somos, pedindo por socorro a cada pedra no caminho, pedra que nós mesmos colocamos lá em grande parte só para ter atenção, um pouco talvez diferente do meu caso, onde sou egoísta a ponto de inibir minhas frustrações ou só ser capaz de deixá-las escapar entre as linhas.

Sempre estive à deriva, um barco sem vela ou bússola, minha condenação é navegar sozinha dentre os mares negros.
Indo semanalmente de encontro ao paraíso mas durante os vagos dias ao enfrentamento diário do meu interior. Absorta pelo luto de minhas maldições, faço todos os dias a mesma rota.

Ausento-me de todas as palavras efêmeras; não desejo nenhum eufemismo para afagar-me.
Cansada de meus caminhos tortuosos, na penumbra infinita tento extirpar esse vício de corroer-me.

Ausência de catacrese.

2 comentários:

  1. Talvez não se possa sentir responsavel por aquilo que não se tem total ideia do que seja a tal responsabilidade pelos próprios atos/pensamentos/conflitos interiores, o consciente só é a ponta do iceberg.

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  2. Eu não sei o que estou fazendo aqui as 01:57 da madrugada de uma sexta feira, talvez a saudade de vocês gacthenhas e meu boyfriend onde pratico ser um bicho preguiça como vc mesmo me zoa, talvez o cansaço das pessoas e dessa mesmisse resolvi ler seu primeiro post, o primeiro post de um blog sempre diz alguma coisa de alguém.
    Gostei dessa frase: Sempre estive à deriva, um barco sem vela ou bússola, minha condenação é navegar sozinha dentre os mares negros.
    Indo semanalmente de encontro ao paraíso mas durante os vagos dias ao enfrentamento diário do meu interior.
    Uma pura verdade na minha vida.
    Talvez estou aqui porque não pude navegar para meu paraíso nesse fds.

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